Fruto da Imaginação
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Detesto ficar muito tempo sem escrever mas prometo (para mim mesma) que volto ainda essa semana. Estou escondida em um bom lugar, believe me.
(Alguém pode me dar uma dica do que fazer quando há 5 livros a serem lidos até ontem e uns 15 até fevereiro?) |
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Sobre os best-sellers
Parte 1
De fato eu não tive opinião formada sobre o assunto best sellers. Às vezes eu achava que eles poderiam ser – como se “propagandeia” por aí – um caminho de entrada para a boa literatura. Outras vezes eu achava que isso era um lero-lero e que as pessoas que se interessavam por best-sellers seriam, no máximo, leitores ávidos de... best-sellers.
Assim minha opinião ia mudando dependendo do humor e das opiniões que eu ia coletando. Agora está na hora de organizar os meus pensamentos e acho que já tenho bons dados para poder opinar.
Há um ano O Código Da Vinci. Um lixo. Costumo ouvir que o mérito deste livro é ter tornado públicos alguns fatos sobre a religião católica que nunca haviam sido abordados tão claramente antes. Bobagem, esse mérito poderia muito bem ser dado a uma revista de história, uma dessas Aventuras da História que se vende nas bancas de revistas, ou por uma minissérie da Globo, ou por um filme blockbuster norte-americano (está chegando aí O Código Da Vinci, o filme, com Tom Hanks... não estou tão longe da verdade, estou?). Além disso, um grande problema que vejo é a mistura de realidade e ficção; obviamente essa mistura não é um problema sempre, mas se torna um quando o adjetivo “histórico” é associado à obra. Teria o público condições de entender até que ponto vai a ficção e até que ponto vai a realidade? Qual é a garantia que as dúvidas levantadas ficam mesmo como dúvidas e estimulam as pessoas a irem atrás de mais informações? Na minha opinião, a grande maioria das pessoas toma aquilo como verdade, “que assim seja” e amém.
No final das contas, se existe um (apenas um) lado bom na febre Código Da Vinci é que a igreja pode vir a ser (mais) questionada... mas sempre tendo em mente que literariamente e esteticamente o livro é realmente muito ruim. |
Parte 1
De fato eu não tive opinião formada sobre o assunto best sellers. Às vezes eu achava que eles poderiam ser – como se “propagandeia” por aí – um caminho de entrada para a boa literatura. Outras vezes eu achava que isso era um lero-lero e que as pessoas que se interessavam por best-sellers seriam, no máximo, leitores ávidos de... best-sellers.
Assim minha opinião ia mudando dependendo do humor e das opiniões que eu ia coletando. Agora está na hora de organizar os meus pensamentos e acho que já tenho bons dados para poder opinar.
Há um ano O Código Da Vinci. Um lixo. Costumo ouvir que o mérito deste livro é ter tornado públicos alguns fatos sobre a religião católica que nunca haviam sido abordados tão claramente antes. Bobagem, esse mérito poderia muito bem ser dado a uma revista de história, uma dessas Aventuras da História que se vende nas bancas de revistas, ou por uma minissérie da Globo, ou por um filme blockbuster norte-americano (está chegando aí O Código Da Vinci, o filme, com Tom Hanks... não estou tão longe da verdade, estou?). Além disso, um grande problema que vejo é a mistura de realidade e ficção; obviamente essa mistura não é um problema sempre, mas se torna um quando o adjetivo “histórico” é associado à obra. Teria o público condições de entender até que ponto vai a ficção e até que ponto vai a realidade? Qual é a garantia que as dúvidas levantadas ficam mesmo como dúvidas e estimulam as pessoas a irem atrás de mais informações? Na minha opinião, a grande maioria das pessoas toma aquilo como verdade, “que assim seja” e amém.
No final das contas, se existe um (apenas um) lado bom na febre Código Da Vinci é que a igreja pode vir a ser (mais) questionada... mas sempre tendo em mente que literariamente e esteticamente o livro é realmente muito ruim. |
Sobre os best-sellers
Parte 2
Há mais tempo li “Quando Nietzsche Chorou”. Literariamente melhor que o “Código Da Vinci”, mas ainda assim pobre esteticamente. Sem dúvida é uma delícia ler uma teoria (ou ficção?) sobre o nascimento da terapia da fala, sobre o surgimento de algumas das teorias de Nietzche, sobre como a filosofia pode ser combinada com a psicologia e etc, mas a profundidade que o livro alcança nesses assuntos é questionável. Mas para usar um pouco da minha sinceridade, essa superficialidade não me espanta. Estou cansada de conhecer gente por aí que lê Nietzsche ou Freud só para sair desfilando suas teorias, fazendo pose de cult com suas calças jeans batidas, cabelos repicados e sebosos à la Strokes, porém é possível sentir de longe que toda a pose não passa de uma reprodução burra do que se leu. Em resumo, “Quando Nietzsche Chorou” é um bom entretenimento. E só.
(to be continued...) |
Parte 2
Há mais tempo li “Quando Nietzsche Chorou”. Literariamente melhor que o “Código Da Vinci”, mas ainda assim pobre esteticamente. Sem dúvida é uma delícia ler uma teoria (ou ficção?) sobre o nascimento da terapia da fala, sobre o surgimento de algumas das teorias de Nietzche, sobre como a filosofia pode ser combinada com a psicologia e etc, mas a profundidade que o livro alcança nesses assuntos é questionável. Mas para usar um pouco da minha sinceridade, essa superficialidade não me espanta. Estou cansada de conhecer gente por aí que lê Nietzsche ou Freud só para sair desfilando suas teorias, fazendo pose de cult com suas calças jeans batidas, cabelos repicados e sebosos à la Strokes, porém é possível sentir de longe que toda a pose não passa de uma reprodução burra do que se leu. Em resumo, “Quando Nietzsche Chorou” é um bom entretenimento. E só.
(to be continued...) |